domingo, 20 de setembro de 2020

Carta de repúdio dos Movimentos Negros Amapaenses


Carta de repúdio dos Movimentos Negros Amapaenses

Diante da barbárie cometida pela PM do Estado do Amapá, nos posicionamos contra a agressão sofrida pela pedagoga Eliane do Espírito Santo da Silva, uma mulher negra. Na noite do dia 19, a pedagoga foi torturada e levada presa ao questionar uma abordagem violenta que a PM fez contra sua família. 

É inaceitável, imoral, criminoso e não, não é um caso isolado! 
O Amapá é o estado que tem a maior taxa de mortos pela polícia!
O Atlas da Violência de 2019 aponta o aumento de 77,7% na taxa de homicídios no Amapá num período de 10 anos. Além disso, aponta que entre as capitais, Macapá ficou em 10º lugar, com 54,1 assassinatos a cada 100 mil habitantes.

Ainda no ano de 2019, segundo o monitor da violência do G1, o Amapá é apontado como estado que lidera o índice de assassinatos pela polícia: 15,1 pessoas a cada 100 mil habitantes. No ano anterior, 2018, o índice foi menor apenas que do Rio de Janeiro.

As políticas de Estado disparam na cabeça da Juventude. Esse alvo tem cor e é a preta. A polícia atua como ferramenta de extermínio. 

Órgãos importantíssimos como a Defensoria Pública, responsável pela democratização da justiça, sofrem com sucateamento.

Qual tem sido as políticas de Estado no combate à tortura, principalmente em um momento em que a democracia sofre ataques constantes?

O Amapá tem uma das polícias que mais mata no país. Quantas situações parecidas com esta aconteceram e não vieram a público?

A periferia sofre com a falta de estrutura, falta de políticas públicas e, sobretudo, com a negligência de uma gestão que trata o povo como lixo!

A violência policial existe e, ao ser registrada em vídeos como esse, choca. Quem vigia os vigias? Quem protege o nosso povo que sofre com a ausência do Estado em políticas públicas, mas é vítima da violência policial quando o fato social força?

Não vamos permitir e exigimos, bem mais do que punição exemplar aos policiais do vídeo. Lutamos por uma nova formatação da nossa Polícia Militar, que sequer entende sobre direitos fundamentais do ser humano.

PAREM DE NOS MATAR, DE NOS AGREDIR, DE NOS HUMILHAR!

Assinam esta carta: 
Utopia Negra Amapaense
Observatório IFÉ DUDU 
Frente Pelo Direito à Cidade - Macapá
Uneafro Brasil
CUFA Amapá
Centro de Atividades Sociais da Periferia - CASP 
UNA LGBT+ Amapá
Quilombo SANKOFA
Instituto Amapafrica
Joga na Roda
PSTU - Amapá
PSOL - Amapá 
Elos de Juventude, Mulheres e Diversidade Rede Sustentabilidade- AP
Movimento Mulheres em Luta
Movimento de Mulheres Negras do Amapá 
Comissão da Igualdade Racial OAB - Amapá 
Ciranda Materna
Baba egbe akoroidan 
Baba egbe ni ilê Asè ogbá Ayra jadile
Associação Nacional de História Seção Amapá - Anpuh AP
Comissão Pastoral da Terra Amapá - CPT AP
Instituto Mocambo
Rede Amazônia Negra
Frente Marginal e Arte Negra
Ilê Axé Ogbá Ayra Jhadile 
Núcleo de Estudos em Etnopolítica e Territorialidades da Amazônia- NETTA/UNIFAP
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Antropologia Visual, da Imagem e do Som - NAIMI/UNIFAP
Cia. de Dança Afro Barakà - ACDAB
Alinne Brito - Resistência Feminista/PSOL
Laboratório de Estudos da História Social do Trabalho na Amazônia - LEHSTAM/UNIFAP
Laboratório de Estudos Etnográficos - LAET/UNIFAP
CEPRES - Centro de Estudos Sobre Religião, Religiosidades e Politicas Públicas/UNIFAP
Negritude Socialista Brasileira - NSB/Amapá
Levante Popular da Juventude - Amapá
Direitos Sociais, Cultura e Cidadania - DSCC/UNIFAP
CAPTTA - Coletivo de Artistas, Produtores e Técnicos em Teatro do Amapá
Movimento Cultural Ancestrais 
Associação Cultural Raimundo Ladislau
Marabaixo da Juventude e Marabaixo do Arthur Sacaca
Associação Recreativa e Cultural Menino Deus
Negritude Socialista Brasileira do Estado do Amapá
Associação de Moradores do Quilombo do Curiaú
Associação Folclórica São Benedito e Santo Antônio do Coração
Grupo de Batuque e Marabaixo Filhos do Curiaú
Fulanas - Negras da Amazônia Brasileira
Associação Folclórica Marabaixo do Pavão
Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú
Associação Agricultores do Quilombo do Curiaú
#8M Amapá
Clínica de Direitos Humanos da UNIFAP -CdH/UNIFAP
Núcleo de Estudos Afro-brasileiros - NEAB/UNIFAP
PT Amapá
Coletivo de Mulheres do PT 
SINSEPEAP
Coletivo de Ogas e Ekedes 
Movimento de Juventude de Terreiro
Terreiro de São José de Mina 
Pai Alexandre (OBÁ HUMBÍ)
Tambores Tucujus
Oniruuru
Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Amapá da OAB
Ilê Axé Obá Oladeji
Casa do Rei
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará  - CEDENPA
Rede Fulanas NAB - Negras da Amazônia Brasileira
Coalizão Negra por Direitos
Movimento Negro Unificado - MNU
Coletivo de Entidades Negras - CONEN
Rufar das Açucenas
Articulação de Mulheres Negras Brasileiras - AMNB
Instituto de Mulheres Negras do Amapá - IMENA
Geledés -  Instituto da Mulher Negra
Marcha das Mulheres Negras de SP
Bamidelê - Organização de Mulheres Negras na Paraíba 
Programa de Pós-Graduação em Estudos de Fronteira - PPGEF/UNIFAP
Programa de Apoio a Migrantes e Refugiados - PAMER/UNIFAP
Odara Instituto da Mulher Negra
Rede de Mulheres Negras do Nordeste
Fórum Permanente da Igualdade Racial
Pastoral Afro Brasileira
Pastoral Afro Brasileira  Regional Norte II  - Amapá
Associação Artística Cultural Cia Casa Circo
Programa de Pós-Graduação em História - PPGH/UNIFAP
Coletivo Marias 
Interfaces Femininas 
Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras (es) - ANPSINEP
SINDUFAP
Diretório Central dos Estudantes - DCE/UEAP
Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo
Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo
Pastoral da Educação do Regional Sul1 da CNBB


4 comentários:

  1. O Coletivo Marias também têm força também apoia a Nota de Repúdio

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  2. Respostas
    1. O coletivo INTERFACES FEMININAS apoia a Nota de Repúdio! Parem de nos matar!

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  3. A Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) - ANPSINEP assina a nota de repúdio.

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